A Theranos foi uma empresa de diagnóstico médico que foi fundada em 2003 por Elizabeth Holmes e Sunny Balwani. A empresa se destacou por sua tecnologia de diagnóstico de sangue, que supostamente poderia realizar muitos tipos de exames usando apenas uma gota de sangue. Em 2015, aos 31 anos, Elizabeth tinha fortuna de US$ 4,5 bilhões (R$ 24,7 bilhões) — já que era dona de 50% das ações da Theranos. Não à toa, várias publicações dedicaram grandes reportagens e prêmios a ela.
No entanto, também em 2015, o The Wall Street Journal publicou uma reportagem que questionava a precisão dos resultados dos exames da Theranos e as práticas da empresa.
Isso iniciou uma investigação federal e estadual, bem como processos judiciais contra a Theranos e sua equipe de liderança, incluindo Holmes e Balwani. Em 2018, Holmes e Balwani foram acusados de fraude por fraude por meio de ações fraudulentas e omissão de informações importantes a investidores.
Os acusadores afirmaram que a Theranos havia exagerado a eficácia e precisão de sua tecnologia de diagnóstico de sangue, e que a empresa havia usado resultados de exames tradicionais, em vez de sua própria tecnologia, para fornecer resultados a pacientes e médicos. Além disso, acusou-se a empresa e sua liderança de não revelar problemas com a tecnologia e os resultados dos exames para investidores e reguladores.
Em 2019, Holmes se declarou inocente das acusações, mas no final de 2022, ela e Balwani foram condenados de fraude e condenados a prisão. A Theranos também foi dissolvida e seus ativos foram vendidos para pagar dívidas.
O caso de Elizabeth Holmes e sua empresa é um exemplo de como a ambição e a visão empresarial podem levar a uma falta de ética e transparência. A história também destaca a importância da regulamentação e fiscalização para garantir que as empresas cumpram os padrões éticos e legais, e para proteger os investidores e os pacientes. Entre os criadores de startups do vale do silício existe uma mentalidade arriscada de que é preciso “fingir até conseguir”. É como se essas empresas vendessem apenas um conceito, que precisa de investimentos para ser concretizado. Os investidores, então, apostam no potencial da companhia para desenvolver a ideia.
Além disso, esse também trouxe luz sobre a necessidade de uma maior transparência e responsabilidade na indústria de diagnósticos médicos.
A série televisiva The Dropout, produzida pela ABC News e Wondery é baseada nessa história controversa, em entrevistas com pessoas próximas à Holmes e à Theranos; incluindo ex-funcionários, investidores e jornalistas que cobriram o caso. Recebeu vários prêmios, sendo Elizabeth Holmes interpretada pela atriz americana Amanda Seyfried.
A minissérie revela detalhes da trajetória pessoal e ambiciosa de Holmes. Quando fundou a Theranos, em 2003, Elizabeth tinha 19 anos. Ela abandonou o curso de engenharia química na Universidade de Stanford ainda no segundo ano para iniciar a empresa. Dizia que não frequentava as aulas e isso era desperdício de dinheiro. De empresária de sucesso com uma invenção genial, passou a ser conhecida como protagonista de uma das maiores fraudes da indústria biomédica.
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